Traidores


 
     Quem nunca sofreu uma traição, com certeza, conhece alguém que já passou por essa situação. O assunto é batido, mas não podemos achar que esse fato é natural nos dias de hoje. Poderia ser um fator causado pela inversão de valores? Ninguém mais quer saber de relacionamentos estáveis? O que aconteceu com as pessoas? “A infidelidade não é algo normal, pois trair o outro implica trair a si mesmo, os próprios planos, projetos, ideal, valores e tudo aquilo que a pessoa construiu para si mesma. Um relacionamento é algo que vem a ser construído com o convívio, a cumplicidade, a aceitação dos defeitos e qualidades, superação dos desafios e dificuldade de se estar e se abrir para o outro, para o desconhecido”, explica a psicóloga Jade Silva.
     Mas será que apenas os homens traem? Hoje, existem muitos casos de traições por parte das mulheres, algo que era inimaginável anos atrás. Mas, mesmo assim, pesquisas indicam que realmente os homens traem mais do que as mulheres, mesmo as porcentagens não sendo completamente conclusivas. Não há uma resposta certa que seja capaz de explicar esse fenômeno. Os motivos que levam homens e mulheres a serem infiéis são diferentes. Para os homens, os motivos são quase sempre relacionados à atração sexual, poucas traições estão relacionadas ao amor ou envolvimento afetivo. As mulheres já traem por motivos de insatisfação no casamento e vingança.
“Existem três tipos básicos de traição para ambos os gêneros: a traição como desejo ou novidade para vencer o tédio do relacionamento; a traição como afirmação, no caso de pessoas que precisam de uma nova conquista para se ter uma identidade e a síndrome de Madame Bovary, quando a insatisfação afetiva leva a busca de um amor platônico, algo não existente”. Mas a traição não é algo previsível, o fato de ocorrer infidelidade apenas em relacionamentos em crises é um mito, pois há muitos casos de infidelidade em relacionamentos bem sucedidos.
      Cada um tem uma maneira de lidar com a traição, mas o que é quase um consenso é o sentimento de “o que eu fiz de errado? Na infidelidade não existem culpados, nem vítimas, é preciso assumir o fato e identificar o papel e responsabilidade de cada um na história. “Reconstruir a relação é um desafio que demanda esforço e muita coragem. A cura da dor leva muito tempo. É necessário diálogo aberto, honestidade e busca por mudança. O perdão precisa ser realmente sincero para que o casal possa superar juntos esse desafio e continuar em frente. Caso ocorra a separação, é preciso respeitar o período de luto e realinhamento de conduta, respeitar a individualidade e limites de cada um ao lidar com a situação”, finaliza a psicóloga.


Psicóloga: Jade Silva
Contato: https://www.facebook.com/jadeap.silva
 

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