A culpa é dos pais



Pode até parecer loucura, mas deveria existir uma escola de treinamento para ensinar os papais e as mamães a educarem os filhinhos. Vocês acham que eu estou brincando? O assunto é muito sério e o resultado é preocupante. Atualmente, na Era da Depressão, é comum ver pessoas com vários problemas psicológicos. Muitos pais acham que superprotegendo os filhos estão ajudando, pois acreditam que estão evitando possíveis frustrações, porém, cada ser humano é único, é uma vida que precisa aprender a andar com as próprias pernas para sobreviver no futuro. Mas, o que vemos, frequentemente, são adultos dependentes e inseguros. 

De acordo com a psicóloga Jade Silva, os pais são os primeiros modelos na vida da criança, por isso, a postura dos responsáveis ajuda a moldar a personalidade dos filhos. É assim que as crianças aprendem a interagir no mundo com noções de limites. “Isso acontece porque é na infância que estão as vivencias determinantes para a construção da personalidade da criança. Os filhos aprendem os ensinamentos através dos exemplos dos pais, intencionalmente ou pela forma de agir, pelos limites, regras e atitudes”. Ao longo de toda infância e adolescência é importante cuidar da educação, mas a partir do terceiro ou quarto ano de vida é que a atenção deve ser especial, pois é quando ocorre o desenvolvimento da consciência. No entanto, muitos pais não têm consciência que são os espelhos dos filhos, pois a criança em formação projeta a imagem para construção da própria personalidade. Por isso, toda atitude acaba influenciando a vida dos filhos. 

“Hoje em dia, o maior problema são os excessos, pois tudo em excesso é prejudicial: superproteção, excesso de críticas e desvalorização, falta de regras, limites e muita permissividade, reprimir emoções. Há, também, casos em que ocorre comparação com outras crianças. Outro erro é não dar devida atenção aos filhos, não dar explicações, ameaçar e não cumprir, quebrar regras e ceder à birra, choros e manhas. Projetar expectativas e as próprias realizações, também, são erros comuns dos pais”, diz. O modo como a criança foi criada irá refletir de diferentes maneiras no futuro, dependendo de qual atitude foi mais predominante. “Por exemplo, filhos que são educados de forma superprotegida tendem a ser inseguros e dependentes. O excesso de críticas resulta em baixa autoestima, além da insegurança. Com a falta de limites e quebra de regras, as crianças se tornam adultos que não respeitam regras, que acreditam que nada os atingem, que estão acima de tudo e todos”, conclui. 

O importante é que haja um equilíbrio, muito diálogo e consciência de que as atitudes servem de exemplo para os filhos. Em muitos casos, é importante procurar ajuda de um profissional especializado para lidar com as dificuldades. A terapia em famílias, geralmente, é a mais indicada. Muitas vezes, a criança apresenta o sintoma, mas ao analisar o caso, esse sintoma vem acompanhado de disfunções em outras áreas das relações e envolvem, também, outros membros da família.


Psicóloga: Jade Silva
CRP 6/115962
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